sábado, 15 de enero de 2011

LINGUA DE GATA, en GATO VADIO

(VALENTINA Y SU GATA)

de Souza Prabhu

Não, não vou
cavar bem fundo e descobrir
que sou de facto de Souza Prabhu
mesmo que Prabhu não fosse tolo
e tivesse tido o melhor dos mundos.
(Brâmane católico!
Ouço ainda a sua risada gorda)

Não interessa que
o meu nome seja grego
o meu apelido português
a minha língua estranha.

Há sempre formas
de pertença.

Eu pertenço aos patos feios.

Ouvi dizer
que os meus pais queriam um filho.
Fiz o que pude para estar à altura.
Escondi as manchas de sangue
na minha roupa
e deixei que os meus seios descaíssem.
As palavras a arma
para crucificar.

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