Pide-lhe um conto
Pide-lhe um conto ao mar
—dixo-me—
pide-lhe para te contar a história dalgum marinheiro
que guarda como um tesouro
tem melhor memória do que eu
pide-lhe um comto ao rio
é ele quem leva ao mar as notícias do labrego
vai-te relatar histórias da terra
ainda que haxa palabras ancoradas nos meandros
senom, pide-lhe um conto ao regueiro
ele vai a trazer-te, xunto ás pedras, lendas do monte
cuidas que calam
mas é que falam baixinho
a mim
a mim nom me pidas histórias
—murmurou me—
tudo o esqueço
nom quero lembrar aquilo que fixem
© Leire Bilbao
Sangro II
Mancho de sangre las puntas de mis dedos
y los llevo dubitativamente, a la boca.
Esta sangre que mi cuerpo no desea
no sabe amargo.
Me duelen las mamas
como si pidieran labios.
No quiero los tuyos
de nadie los quiero
los guardo solo para mí.
Late mi cuerpo pidiendo respuestas
y poso una mano sobre el pecho.
Me preguntas porqué a veces entiendo
mejor a una leona que a tí,
Ahora ya sabes, cuando me laten los pechos
porqué no te los dejo tocar
por qué los guardo solo para mí.
© Leire Bilbao
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